Você acredita que uma criança com autismo não possa ser superdotada?
Que o autismo tem cura com o passar do tempo?
Que somente os médicos podem ajudar as crianças com autismo?
Como Ph.D. em Educação e especialista em Educação Especial e Inclusiva, afirmo que não. Isto com base em estudos e em pesquisas sobre o transtorno do Espectro Autista – TEA (Assouline et al., 2008; American Psychiatric Association-APA, 2013; Meleady, et al. 2020; Ministério da Saúde, 2014; Hirai, et al. 2020; Davidson Institute, 2020, PsychCentral, 2020, entre outros).
É possível definir o transtorno
do espectro autista (TEA) como um transtorno do neurodesenvolvimento com
genética complexa, caracterizado por comunicação social comprometida e
comportamentos e interesses repetitivos (Hirai, et al. 2020; Assouline
et al., 2008).
É um mito pensar que a criança
com autismo não possa apresentar também superdotação. É possível haver casos de
crianças com autismo que tenham também altas habilidades em alguma (s) área (s)
de seu interesse. Este fato chama-se de dupla excepcionalidade, quando uma
criança apresenta dois tipos de necessidades educacionais especiais (Assouline
et al., 2008; Davidson Institute, 2020, PsychCentral, 2020).
É um mito também pensar que o
autismo tem cura com o passar do tempo, ou passa com a idade, como algumas
pessoas pensam. É fundamental que haja
um tratamento baseado em pesquisas científicas o quanto antes para ajudar a
criança com o transtorno do Espectro Autista – TEA., em sua interação social,
em sua autonomia, entre outras questões que envolvem sua vida cotidiana.
Há famílias e professores que
podem não valorizar uma intervenção precoce, porém quanto mais cedo for
realizada a intervenção, melhores resultados poderão acontecer! Na ausência de
terapia ou no caso do tratamento ocorrer de forma tardia, menor será a
probabilidade da criança desenvolver suas habilidades.
Para finalizar, um outro mito é pensar que somente
os médicos podem ajudar as crianças com autismo. Toda ajuda é importante,
principalmente que seja baseada no conhecimento científico. A intervenção médica é muito importante para a criança
com autismo, porém não é a única ajuda que ela pode receber. Em decorrência à ampla gama de distúrbios associados ao autismo, é
importante que a criança com este transtorno conte com o apoio da família, dos
profissionais da escola, de pessoas de seu meio social, em todos os momentos.
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Referências
American
Psychiatric Association-APA. (2013). Diagnostic and Statistical Manual of
Mental Disorders (5 edicao) Arlington, VA: American Psychiatric Publishing.
Assouline, S. G.; Nicpon, M. F; Colangelo, N.; O’Brien, M. (2008). The Paradox of Giftedness and Autism. https://files.eric.ed.gov/fulltext/ED535140.pdf
Davidson Institute (2020). Gifted children
with Asperger's Syndrome. https://www.davidsongifted.org/search-database/entry/a10167#:~:text=AS%20is%20a%20disorder%20in,traits%20of%20a%20gifted%20child.
Hirai,
T.; Usui, N.; Iwata, K.; Miyachi, T. Tsuchiya, K. J. Xie, M.J.; Nakamura, K.; Tsujii, M.; Sugiyama, T.; Matsuzaki, H. (2020). Increased plasma lipoprotein lipase activity in males with autism
spectrum disorder. https://doi.org/10.1016/j.rasd.2020.101630
Meleady,
J; Nearchou,
F.; Bramham,
J. ; Carr,
A. (2020). Family
adaptation among parents of children on the autism spectrum without a comorbid
intellectual disability:
A test of the Double ABCX model. https://doi.org/10.1016/j.rasd.2020.101637